domingo, 26 de fevereiro de 2012

MUITAS COISAS PODEM ESPERAR, A EDUCAÇÃO NÃO.


O mundo encontra-se em constante transformação. Ao mesmo tempo em que presencia-se a crise mundial que assola países cujas economias pareciam inatingíveis até pouco tempo atrás, como nos EUA e nos países Europeus, vislumbramos a ascensão de outras nações tidas anteriormente como países de 3º mundo, e que agora integram a categoria de países em desenvolvimento e, portanto, importantes para o restabelecimento da economia mundial.
No Brasil, as ações do governo federal no sentido de fortalecer a economia do país não acontecem com a mesma velocidade com que se pretende combater as desigualdades sociais, o desemprego, o analfabetismo, a ausência de investimentos significativos na área da educação, a falta de moradia, a corrupção e outras mazelas que atrapalham o desenvolvimento da nação.
Nesse contexto os governos federal e distrital com a conivência de outros parlamentares, parecem não priorizarem a educação e continuam deixando as políticas públicas nessa área, para segundo plano.
A necessidade eminente de se pensar a educação, como um processo capaz de fazer o país caminhar a passos lagos, parece não sensibilizar as autoridades públicas que ainda utilizam-se deste discurso com fins eleitoreiros. Observa-se, timidamente, alguns movimentos isolados de sindicatos e políticos como o senador Cristovam Buarque do Distrito Federal que criou o movimento dos Educacionistas, que consiste na utopia de que o Brasil ofereça educação de qualidade para todos. O Senador vai mais além ao propor que os filhos dos parlamentares estudem em escolas públicas.
Guardadas as devidas proporções e intencionalidades políticas, entende-se que iniciativas, como esta do Senador Cristovam, apontam para novas possibilidades de sensibilizar os parlamentares para a necessidade de se implementar um ensino público e de qualidade na educação básica para que os estudantes possam ter acesso a uma Universidade Pública que busque a excelência acadêmica e, ao mesmo tempo, contribua com a produção de conhecimentos que visam a melhoria da qualidade de vida da população brasileira.
Para analisar estas questões torna-se oportuno fazer-se uso da filosofia da educação para compreender-se como historicamente tem-se pensado a relação entre filosofia, pedagogia e educação, qual a relação existente entre estas áreas do conhecimento e de que forma elas contribuem para reflexões mais profundas que oportunizem ações concretas para melhoria da educação no Brasil.
Antigamente o conhecimento filosófico pertencia somente aos sábios e escolhidos que possuíam um dom especial e que não era acessível a todos. A filosofia, portanto apresentava-se apenas no campo contemplativo. Posteriormente, passou-se a entender a filosofia como importante meio de observar, analisar e intervir em questões complexas da humanidade.
Para educar o homem de um modo sensato e esclarecido, convém saber no que se quer que ele se torne ao educá-lo. Para isso, é necessário indagar qual o seu objetivo existencial: quem ele é, onde está, de onde veio e para onde vai. Questionar qual o significado da vida para o homem é um exercício constante da filosofia e da educação enquanto áreas de conhecimento correlacionadas.
Entende-se a filosofia como um processo de investigação crítica e racional dos princípios fundamentais relacionados ao mundo e ao homem. Para Cornelius Castoriadis, a filosofia é uma forma de conhecer o que ainda está por ser conhecido, para tanto desenvolve a atitude de discutir, refletir e questionar a realidade natural e humana em suas diversas dimensões, sempre buscando um sentido de ser para existências das coisas e de si mesmo no mundo.
A educação, por sua vez, pode ser considerada em dois sentidos: a educação informal ou lata que seria qualquer ato ou experiência que tenha efeito formativo sobre a mente, o caráter ou a capacidade física de um indivíduo. Partindo deste pressuposto a educação nunca termina uma vez que estamos em constante aprendizado. Na acepção formal ou técnica a educação é o processo pelo qual a sociedade por intermédio de escolas, ginásios, colégios, universidades e outras instituições, deliberadamente transmite sua herança cultural de uma geração para outra. Desta forma, a educação é ao mesmo tempo vista como um produto e um processo. Como um produto, é o que recebemos através da instrução ou aprendizagem; como um processo a educação é o ato de educarmos alguém ou de nos educarmos.

Assim como a filosofia geral procura entender a realidade como um todo, a filosofia da educação procura compreender a educação, na sua integridade, interpretando-a por meio de conceitos gerais, suscetíveis de orientarem a escolha de objetivos e diretrizes educativas.
Segundo o texto: filosofia e prática educativa (CASTRO e CABRAL, p.4), historicamente, a filosofia e o exercício do filosofar provocam consequências na prática educativa, posto que vários sistemas e pensamentos filosóficos proporcionaram e proporcionam ainda marcos teóricos aplicados na formação humana, o que se faz sentir na elaboração de teorias pedagógicas que norteiam o processo educativo de forma consistente e direcionado às perspectivas dos contextos sociopolíticos e culturais.
Entende-se que a filosofia educacional depende da filosofia formal porque quase todos os problemas da educação são, no fundo, problemas filosóficos.
Diversos foram os filósofos que contribuíram para proporem questionamentos em torno de questões educativas, pode-se citar entre eles Castiglione, Erasmo, Lutero, Rabelais, Moliére, Montesquieu. Produzindo tratados sobre o ato de ensinar, concepções de educação e de educando, pondo em questão as práticas pedagógicas desenvolvidas na época (CAMBI, 1999).
Com o aumento das produções teóricas na Renascença, a filosofia passou a preocupar-se não só com a destinação do homem mas também com a produção do conhecimento científico.
Segundo CASTRO e CABRAL, outra presença significativa do pensar filosófico na tarefa educativa encontra-se na proposta de transformação de súditos em povo, característica dos ideais da revolução sociopolítica, econômica e cultural por que passa a civilização ocidental a partir do Renascimento e consolida-se na Modernidade.
Posteriormente, percebe-se uma mudança significativa no ensino e na organização do conhecimento que passa a ser aplicado de forma mais sistemática envolvendo todos os elementos pedagógicos necessários para aplicabilidade do processo ensino aprendizagem. Essa atitude é conhecida como a “pedagogização” do conhecimento, que consegue unir o saber com o fazer pedagógicos.
Para a pedagogia não basta apenas ocupar-se em retratar a realidade mas oferecer suporte ao educador e torná-lo consciente do seu ofício e das responsabilidades advindas de sua atividade educacional. Refletir sobre estes processos de forma crítica e buscando soluções possíveis para este desafio é papel da filosofia.

Mesmo com os avanços da psicologia e da sociologia, a educação necessita dos conhecimentos específicos da filosofia da educação objetivando identificar o sentido da educação, questionar e analisar os paradigmas presentes na atualidade e refletir sobre os problemas educacionais buscando soluções eficazes para a práxis pedagógica.
Segundo o CASTRO e CABRAL, a filosofia assume um papel preponderante na formação do educador quando propõe uma ação-reflexão-ação, levando o educador a questionar o fazer pedagógico e o saber-fazer, o que lhe permite sair do senso comum e adotar uma consciência crítica e criativa no exercício da avaliação e reavaliação do trabalho docente.
Esta tarefa parece ser desafiadora frente aos novos paradigmas propostos pela Modernidade e/ ou pela pós-modernidade. Em tempos de incertezas, necessitamos urgentemente buscar na filosofia os fundamentos necessários para questionarmos o sistema educacional vigente, as políticas governamentais, a formação docente, a qualidade do ensino em nosso país, as intenções das avaliações propostas pelo governo e mover ações em nossa prática que possam corroborar para a formação de cidadãos críticos e conscientes do seu papel na sociedade.
A Educação não pode mais esperar sob pena de perpetuar-se as desigualdades sociais, mergulhando-se cada vez mais na ignorância intencionalmente fomentada pelo sistema vigente.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

CASTRO, Francislene Santos; CABRAL, Carmen Lúcia de Oliveira. Filosofia e a prática educativa. Texto apresentado na disciplina Filosofia da Educação pela professora Isabel Formiga em fevereiro/ 2012.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

SAMBA ENREDO DA BEIJA-FLOR 2012

São Luís – O Poema Encantado do Maranhão

Autores: J.Veloso, Adilson China, Carlinhos do Detran, Samir Trindade, Serginho Aguiar, JR Beija-Flor, Silvio Romai, Hugo Leal, Gilberto Oliveira, Ricardo Lucena, Thiago Alves e Romulo Presidente.

Tem magia em cada palmeira que brota em seu chão
O homem nativo da terra
Resiste em bravura
A dor da invasão
Do mar vêm três coroas
Irmão seu olhar mareja
No balanço da maré
A maldade não tem fé sangrando os mares
Mensageiro da dor
Liberdade roubou dos meus lugares
Rompendo grilhões, em busca da paz
Na força dos meus ancestrais

Na Casa Nagô a luz de Xangô axé
Mina Jêje em ritual de fé
Chegou de Daomé, chegou de Abeokutá
Toda magia do Vodun e do Orixá

Ê rainha o bumba-meu-boi vem de lá
Eu quero ver o Cazumbá, sem a serpente acordar
Hoje a minha lágrima transborda todo mar
Fonte que a saudade não secou
Ó Ana assombração na carruagem
Os casarões são a imagem
Da história que o tempo guardou
No rádio o reggae do bom
Marrom é o tom da canção
Na terra da encantaria a arte do gênio João

Meu São Luís do Maranhão
Poema Encantado de Amor
Onde canta o sabiá
Hoje canta a Beija-Flor