quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
PAISAGEM DO INTERIOR (Jessier Quirino)
Matuto no mêi da pista
menino chorando nu
rolo de fumo e beiju
colchão de palha listrado
um par de bêbo agarrado
preto véio rezador
jumento jipe e trator
lençol voando estendido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.
Três moleque fedorento
morcegando um caminhão
chapéu de couro e gibão
bodega com surtimento
poeira no pé de vento
tabulêro de cocada
banguela dando risada
das prosa do cantador
buchuda sentindo dor
com o filho quase parido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.
Bêbo lascando a canela
escorregando na fruta
num batente, uma matuta
areando uma panela
cachorro numa cadela
se livrando das pedrada
ciscador corda e enxada
na mão do agricultor
no jardim, um beija-flor
num pé de planta florido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.
Mastruz e erva-cidreira
debaixo dum jatobá
menino querendo olhar
as calça da lavadeira
um chiado de porteira
um fole de oito baixo
pitomba boa no cacho
um canário cantador
caminhão de eleitor
com os voto tudo vendido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.
Um motorista cangueiro
um jipe chêi de batata
um balai de alpercata
porca gorda no chiqueiro
um camelô trambiqueiro
avelós e lagartixa
bode véio de barbicha
bisaco de caçador
um vaqueiro aboiador
bodegueiro adormecido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.
Meninas na cirandinha
um pula corda e um toca
varredeira na fofoca
uma saca de farinha
cacarejo de galinha
novena no mês de maio
vira-lata e papagaio
carroça de amolador
fachada de toda cor
um bruguelim desnutrido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.
Uma jumenta viçando
jumento correndo atrás
um candeeiro de gás
véi na cadeira bufando
radio de pilha tocando
um choriço, um manguzá
um galho de trapiá
carregado de fulô
fogareiro abanador
um matador destemido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.
Um soldador de panela
debaixo da gameleira
sovaqueira, balinheira
uma maleta amarela
rapariga na janela
casa de taipa e latada
nuvilha dando mijada
na calçada do doutor
toalha no aquarador
um terreiro bem varrido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.
Um forró de pé de serra
fogueira milho e balão
um tum-tum-tum de pilão
um cabritinho que berra
uma manteiga da terra
zoada no mêi da feira
facada na gafieira
matuto respeitador
padre, prefeito e doutor
os home mais entendido
isso é cagado e cuspido
domingo, 18 de dezembro de 2011
FIM DE ANO
FIM DE ANO é tempo de desacelerar, de começar a avaliar o que fizemos e planejar o que faremos. É tempo de nos confraternizarmos e de nos sentirmos mais perto de Deus ao celebrar o nascimento do menino Jesus. Que ele possa continuar renascendo em nossos corações por meio do amor que doamos ao nosso próximo. Estou feliz por tem cumprido com competência os desafios que me foram propostos, mas me sinto maiS feliz por saber que tive pessoas ao meu lado que me apoiaram e me incentivaram a superar os obstáculos. A elas o meu muito obrigado e que todos possam celebrar um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo! Valeu!!!
sábado, 15 de outubro de 2011
ORAÇÃO DO EDUCADOR
Dai-me, Senhor, o dom de ensinar,
Dai-me esta graça que vem do amor.
Mas, antes do ensinar, Senhor,
Dai-me o dom de aprender.
Aprender a ensinar
Aprender o amor de ensinar.
Que o meu ensinar seja simples,
humano e alegre, como o amor.
De aprender sempre.
Que eu persevere mais no aprender
do que no ensinar.
Que minha sabedoria ilumine
e não apenas brilhe.
Que o meu saber não domine ninguém,
mas leve à verdade.
Que meus conhecimentos não produzam orgulho,
Mas cresçam e se abasteçam da humildade.
Que minhas palavras não firam e nem sejam dissimuladas,
Mas animem as faces de quem procura a luz.
Que a minha voz nunca assuste,
Mas seja a pregação da esperança.
Que eu aprenda que quem não me entende
Precisa ainda mais de mim,
E que nunca lhe destine a presunção de ser melhor.
Dai-me, Senhor, também a sabedoria do desaprender,
Para que eu possa trazer o novo, a esperança,
E não ser um perpetuador das desilusões.
Dai-me, Senhor, a sabedoria do aprender
Deixai-me ensinar para distribuir a sabedoria do amor.
(Autor: Antonio Pedro Schlindwein)
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
MEU FILHO, NÃO MERECE NADA
Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.
Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.
Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.
Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.
Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.
É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais?
Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.
Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.
Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido. Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer.
A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão. Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.
Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.
Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa.
Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.
Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando.
O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa.
Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem. Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.
Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.
Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência.
Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba.
(Texto da jornalista Eliane Brum)
Fonte:
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI247981-15230,00.html
Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.
Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.
Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.
Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.
É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais?
Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.
Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.
Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido. Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer.
A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão. Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.
Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.
Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa.
Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.
Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando.
O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa.
Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem. Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.
Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.
Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência.
Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba.
(Texto da jornalista Eliane Brum)
Fonte:
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI247981-15230,00.html
terça-feira, 9 de agosto de 2011
O SERMÃO DA MONTANHA (VERSÃO PARA EDUCADORES)
Naquele tempo, Jesus subiu a um monte seguido pela multidão e, sentado
sobre uma grande pedra, deixou que os apóstolos, discípulos e seguidores se aproximassem.
Ele os preparava para serem os educadores capazes de transmitir a lição da Boa Nova a todos os homens.
Tomando a palavra, disse-lhes:
- Em verdade, em verdade vos digo:
- Felizes os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.
- Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
- Felizes os misericordiosos, porque eles...?
Pedro o interrompeu:
- Mestre, vamos ter que saber isso de cor?
André perguntou:
- É pra copiar?
Filipe lamentou-se:
- Esqueci meu papiro!
Bartolomeu quis saber:
- Vai cair na prova?
João levantou a mão:
- Posso ir ao banheiro?
Judas Escariotes resmungou:
- O que é que a gente vai ganhar com isso?
Judas Tadeu defendeu-se:
- Foi o outro Judas que perguntou!
Tomé questionou:
- Tem uma fórmula pra provar que isso tá certo?
Tiago Maior indagou:
- Vai valer nota?
Tiago Menor reclamou:
- Não ouvi nada, com esse grandão na minha frente.
Simão Zelote gritou, nervoso:
- Mas porque é que não dá logo a resposta e pronto!?
Mateus queixou-se:
- Eu não entendi nada, ninguém entendeu nada!
Um dos fariseus, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado nada a ninguém, tomou a palavra e dirigiu-se a Jesus, dizendo:
- Isso que o senhor está fazendo é uma aula?
- Onde está o seu plano de curso e a avaliação diagnóstica?
- Quais são os objetivos gerais e específicos?
- Quais são as suas estratégias para recuperação dos conhecimentos prévios?
Caifás emendou:
- Fez uma programação que inclua os temas transversais e atividades integradoras com outras disciplinas?
- E os espaços para incluir os parâmetros curriculares gerais?
- Elaborou os conteúdos conceituais, processuais e atitudinais?
Pilatos, sentado lá no fundão, disse a Jesus:
- Quero ver as avaliações da primeira, segunda e terceira etapas e reservo-me o direito de, ao final, aumentar as notas dos seus discípulos para que se cumpram as promessas do Imperador de um ensino de qualidade.
- Nem pensar em números e estatísticas que coloquem em dúvida a eficácia do nosso projeto.
- E vê lá se não vai reprovar alguém!
E, foi nesse momento que Jesus disse: "Senhor, por que me abandonastes..."
quinta-feira, 9 de junho de 2011
COMO É BOM SER VASCO!!!
Ser Vasco é ser intrépido tanto quanto leal. É ter o sentido da história do Brasil a fundir povos e raças sem preconceito. É ser navegante da esperança, não temer aventura, futuro, conquistas, calmarias ou tempestades.
Ser Vasco é renegar o temor e ser popular sem populismo, ser valente sem arrogância e ser decidido sem soberba. É ter a vocação da vitória e a disposição necessária à qualidade e ao mérito por saber que virtudes necessitam de energia e energia, de vontade.
Ser Vasco é, pois, ser virtude, vontade, valor e vanguarda: tudo com o v de vida, o mesmo de Vasco.
Ser Vasco é conhecer o grito do entusiasmo, esperar a hora de vencer e sentir o cheiro do gol. É incendiar estádios e extasiar multidões. É adivinhar instantes decisivos e saber decidir.
Ser Vasco é ser mais povo do que elite, mais tradição do que novidade, mais segurança do que aparência, mais clube do que time, mais vibração do que delírio, mais vigor do que agressão.
Ser Vasco é ousar, insistir, renovar-se, trabalhar para construir a vitória não como forma de superioridade, mas de aperfeiçoamento da vida e do esporte. É gol, é gala, é garbo de uniforme original, cruz no peito, sonho n'alma e amor no coração.
Ser Vasco é emoção recompensada porque vitória bem planejada, é lance, é lança, liberdade, impulso e convicção.
Ser Vasco é sentir o gosto da felicidade, da vitória e do grito maiúsculo de gol. É ter sabedoria e prudência, unidas na tática certeira ou na organização eficaz. É viver a emoção de lembrar nomes, lendas, heróis e legendários craques, troféus, títulos, retratos, faixas, taças, copas e vitórias imortais.
Ser Vasco é ter idênticos motivos para cultuar o passado tanto quanto crer no futuro.
Ser Vasco, enfim, é saborear com humildade o orgulho sadio da vitória merecida, do entusiasmo com motivo e da grandeza como destino."
(Artur da Távola)
quinta-feira, 21 de abril de 2011
O SENHOR DA MINHA FÉ
Não creio no deus dos magistrados, nem no deus dos generais, ou das orações patrióticas.
Não creio no deus dos hinos fúnebres, nem no deus das salas de audiências, ou dos prólogos das constituições ou dos epílogos dos discursos eloqüentes.
Não creio no deus da sorte dos ricos, nem no deus do medo dos opulentos, ou da alegria dos que roubam do povo.
Não creio no deus da paz mentirosa, nem no deus da justiça impopular, ou das venerandas tradições nacionais.
Não creio no deus dos sermões vazios, nem no deus das saudações protocolares, ou dos matrimônios sem amor.
Não creio no deus construído à imagem e semelhança dos poderosos, nem no deus inventado para sedativo das misérias e sofrimentos dos pobres.
Não creio no deus que dorme nas paredes ou se esconde no cofre das igrejas. Não creio no deus dos natais comerciais nem no deus das propagandas coloridas. Não creio no deus feito de mentiras, tão frágil como o barro, nem no deus da ordem estabelecida sobre a desordem consentida.
O DEUS da minha fé nasceu numa gruta. Era judeu, foi perseguido por um rei estrangeiro, e caminhava errante pela Palestina. Fazia-se acompanhar por gente do povo; dava pão aos que tinham fome; luz aos que viviam nas trevas; liberdade aos que jaziam acorrentados; paz aos que suplicavam por justiça.
O DEUS da minha fé punha o homem acima da lei e o amor no lugar das velhas tradições.
Ele não tinha uma pedra onde recostar a cabeça e confundia-se entre os pobres...
O DEUS da minha fé não é outro senão o Filho de Maria, Jesus de Nazaré.
TODOS OS DIAS ELE MORRE CRUCIFICADO PELO NOSSO EGOÍSMO.
TODOS OS DIAS ELE RESSUSCITA PELA FORÇA DO NOSSO AMOR.
Texto de FREI BETTO
Não creio no deus dos hinos fúnebres, nem no deus das salas de audiências, ou dos prólogos das constituições ou dos epílogos dos discursos eloqüentes.
Não creio no deus da sorte dos ricos, nem no deus do medo dos opulentos, ou da alegria dos que roubam do povo.
Não creio no deus da paz mentirosa, nem no deus da justiça impopular, ou das venerandas tradições nacionais.
Não creio no deus dos sermões vazios, nem no deus das saudações protocolares, ou dos matrimônios sem amor.
Não creio no deus construído à imagem e semelhança dos poderosos, nem no deus inventado para sedativo das misérias e sofrimentos dos pobres.
Não creio no deus que dorme nas paredes ou se esconde no cofre das igrejas. Não creio no deus dos natais comerciais nem no deus das propagandas coloridas. Não creio no deus feito de mentiras, tão frágil como o barro, nem no deus da ordem estabelecida sobre a desordem consentida.
O DEUS da minha fé nasceu numa gruta. Era judeu, foi perseguido por um rei estrangeiro, e caminhava errante pela Palestina. Fazia-se acompanhar por gente do povo; dava pão aos que tinham fome; luz aos que viviam nas trevas; liberdade aos que jaziam acorrentados; paz aos que suplicavam por justiça.
O DEUS da minha fé punha o homem acima da lei e o amor no lugar das velhas tradições.
Ele não tinha uma pedra onde recostar a cabeça e confundia-se entre os pobres...
O DEUS da minha fé não é outro senão o Filho de Maria, Jesus de Nazaré.
TODOS OS DIAS ELE MORRE CRUCIFICADO PELO NOSSO EGOÍSMO.
TODOS OS DIAS ELE RESSUSCITA PELA FORÇA DO NOSSO AMOR.
Texto de FREI BETTO
sábado, 16 de abril de 2011
HUMOR PEDAGÓGICO
MENSAGEM CRIATIVA DE UMA ESCOLA DA CALIFÓRNIA
Esta é a mensagem que os professores de uma escola da Califórnia decidiram gravar na secretária eletrônica.
A escola cobra responsabilidade dos alunos e dos pais perante as faltas e trabalhos de casa e, por isso, ela e os professores estão sendo processados por pais que querem que seus filhos sejam aprovados mesmo com muitas faltas e sem fazer os trabalhos escolares.
Eis a mensagem gravada:
- Olá! Para que possamos ajudá-lo, por favor, ouça todas as opções:
- Para mentir sobre o motivo das faltas do seu filho - tecle 1.
- Para dar uma desculpa por seu filho não ter feito o trabalho de casa - tecle 2.
- P ara se queixar sobre o que nós fazemos - tecle 3.
- Para insultar os professores - tecle 4.
- Para saber por que não foi informado sobre o que consta no boletim do seu filho ou em diversos documentos que lhe enviamos - tecle 5.
- Se quiser que criemos o seu filho - tecle 6.
- Se quiser agarrar, esbofetear ou agredir alguém - tecle 7.
- Para pedir um professor novo pela terceira vez este ano - tecle 8.
- Para se queixar do transporte escolar - tecle 9.
- Para se queixar da alimentação fornecida pela escola - tecle 0.
- Mas se você já compreendeu que este é um mundo real e que seu filho deve ser responsabilizado pelo próprio comportamento, pelo seu trabalho na aula, pelas tarefas de casa, e que a culpa da falta de esforço do seu filho não é culpa do professor, desligue e tenha um bom dia!"
Esta é a mensagem que os professores de uma escola da Califórnia decidiram gravar na secretária eletrônica.
A escola cobra responsabilidade dos alunos e dos pais perante as faltas e trabalhos de casa e, por isso, ela e os professores estão sendo processados por pais que querem que seus filhos sejam aprovados mesmo com muitas faltas e sem fazer os trabalhos escolares.
Eis a mensagem gravada:
- Olá! Para que possamos ajudá-lo, por favor, ouça todas as opções:
- Para mentir sobre o motivo das faltas do seu filho - tecle 1.
- Para dar uma desculpa por seu filho não ter feito o trabalho de casa - tecle 2.
- P ara se queixar sobre o que nós fazemos - tecle 3.
- Para insultar os professores - tecle 4.
- Para saber por que não foi informado sobre o que consta no boletim do seu filho ou em diversos documentos que lhe enviamos - tecle 5.
- Se quiser que criemos o seu filho - tecle 6.
- Se quiser agarrar, esbofetear ou agredir alguém - tecle 7.
- Para pedir um professor novo pela terceira vez este ano - tecle 8.
- Para se queixar do transporte escolar - tecle 9.
- Para se queixar da alimentação fornecida pela escola - tecle 0.
- Mas se você já compreendeu que este é um mundo real e que seu filho deve ser responsabilizado pelo próprio comportamento, pelo seu trabalho na aula, pelas tarefas de casa, e que a culpa da falta de esforço do seu filho não é culpa do professor, desligue e tenha um bom dia!"
quarta-feira, 30 de março de 2011
ROMARIA DA BOLA LARANJA
Lá vão eles...
Em procissão
Com suas bolas coloridas
Gente multicolorida
No meio da multidão
Lá vão eles...
Novamente
Como fazem religiosamente
Quando a bola vai ao ar
Nos dias de festejar
Com suas camisas de malha,
Sacolas e outras tralhas
Com ou sem tênis da moda
Vindo dos clubes ou das escolas
Levando suas máquinas de fotografar e filmar
ou tão somente com um olhar
para o dia santo eternizar
Lá vão eles...
Pais que conduzem seus filhos
Filhos que conduzem seus pais
Gigantes e baixinhos
Magricelos e gordinhos
Habilidosos e desengonçados
Todos muito engraçados
Prestigiando a cultura da bola
Seja da rua ou da escola
Lá vão eles...
Parceiros de um mesmo jogo
Onde o importante não é ganhar
Mas o adversário respeitar
Numa partida em que se vence
Sem se quer ter um placar
Onde o mini se torna o máximo
Onde o máximo é se integrar e compartilhar
Mostrando que a gente é capaz
De construir a cultura da paz
No universo da quadra
No mundo da bola
No jogo da vida
E quando chegam ao final
Lá vão eles...
Em procissão...
...Até o próximo festival
(Homenagem do professor Aurélio aos festivais de minibasquete realizados pela Liga de Basquetebol de Brasília-DF)
Em procissão
Com suas bolas coloridas
Gente multicolorida
No meio da multidão
Lá vão eles...
Novamente
Como fazem religiosamente
Quando a bola vai ao ar
Nos dias de festejar
Com suas camisas de malha,
Sacolas e outras tralhas
Com ou sem tênis da moda
Vindo dos clubes ou das escolas
Levando suas máquinas de fotografar e filmar
ou tão somente com um olhar
para o dia santo eternizar
Lá vão eles...
Pais que conduzem seus filhos
Filhos que conduzem seus pais
Gigantes e baixinhos
Magricelos e gordinhos
Habilidosos e desengonçados
Todos muito engraçados
Prestigiando a cultura da bola
Seja da rua ou da escola
Lá vão eles...
Parceiros de um mesmo jogo
Onde o importante não é ganhar
Mas o adversário respeitar
Numa partida em que se vence
Sem se quer ter um placar
Onde o mini se torna o máximo
Onde o máximo é se integrar e compartilhar
Mostrando que a gente é capaz
De construir a cultura da paz
No universo da quadra
No mundo da bola
No jogo da vida
E quando chegam ao final
Lá vão eles...
Em procissão...
...Até o próximo festival
(Homenagem do professor Aurélio aos festivais de minibasquete realizados pela Liga de Basquetebol de Brasília-DF)
terça-feira, 8 de março de 2011
ORAÇÃO DO DIA INTERNACIONAL DA MULHER
Bem aventurada a mulher que cuida do próprio perfil interior e exterior, porque a harmonia da pessoa faz mais bela a convivência humana.
Bem aventurada a mulher que, ao lado do homem, exercita a própria insubstituível responsabilidade na família, na sociedade, na história e no universo inteiro.
Bem aventurada a mulher chamada a transmitir e a guardar a vida de maneira humilde e grande.
Bem aventurada quando nela e ao redor dela acolhe faz crescer e protege a vida.
Bem aventurada a mulher que põe a inteligência, a sensibilidade e a cultura a serviço dela, onde ela venha a ser diminuída ou deturpada.
Bem aventurada a mulher que se empenha em promover um mundo mais justo e mais humano.
Bem aventurada a mulher que, em seu caminho, encontra Cristo: escuta-o, acolhe-o, segue-o, como tantas mulheres do evangelho, e se deixa iluminar por ele na opção de vida.
Bem aventurada a mulher que, dia após dia, com pequenos gestos, com palavras e atenções que nascem do coração, traça sendas de esperança para a humanidade.
(G.Quablini)
domingo, 27 de fevereiro de 2011
RUBEM ALVES
“Deus é alegria. Uma criança é alegria. Deus e uma criança têm isso em comum: ambos sabem que o universo é uma caixa de brinquedos. Deus vê o mundo com os olhos de uma criança. Está sempre à procura de companheiros para brincar.”
sábado, 26 de fevereiro de 2011
PROVÉRBIO CHINÊS
“Se os seus filhos são preguiçosos, não merecem a sua herança. Se são trabalhadores, não precisam dela.
Então, use-a para lhe dar os prazeres merecidos da sua vida."
Então, use-a para lhe dar os prazeres merecidos da sua vida."
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
sábado, 12 de fevereiro de 2011
Maior sinergia entre alunos, pais, escola e sociedade nesta volta às aulas
Com as mudanças ocorridas no último século, principalmente, nas últimas décadas, houve transformações sócio-econômicas expressivas que modificaram sensivelmente a família, como célula básica e fundamental da sociedade. Notadamente, nos últimos 20 anos, o mundo mudou velozmente, a estrutura familiar se modificou e, por sua vez, os alunos também. Mas a escola, enquanto instituição social, pouco mudou. Grandes mudanças ocorreram em níveis comportamental e social em relação à família. As novas configurações familiares trazem à escola dificuldades de compreensão e de atuação na sua tarefa de ensinar e formar. Duas causas podem ser atribuídas a esse novo desenho familiar: a necessidade de ingresso e conquista do mercado de trabalho pelas mulheres e as grandes transformações de comportamento e maior liberdade sexual, veiculadas e reiteradas pelas mídias em geral.
Tais fenômenos interferem, sobremaneira, na sociedade, criando uma família diferente da tradicional: pai, mãe e filhos, numa relação cotidiana constante.
Atualmente, é cada vez maior o número de filhos que são fruto de relações informais, de pais separados, de "produções independentes", etc; contudo, não se pode dizer que a nova situação familiar seja uma anormalidade. Houve mudanças no paradigma social familiar que, obrigatoriamente, a escola precisa entender e se adequar, de forma a poder cumprir sua missão.
Ficar no saudosismo não resolve, é preciso buscar novas estratégias para chamar a família à sua responsabilidade. Trazer pais e mães, independente de viverem juntos ou não, e convocá-los a assumirem seus papéis sociais diante dos filhos e da sociedade, algo que a instituição escolar necessita e deve fazer. Por outro lado, a escola também precisa se adequar, mudar sua forma antiquada de enxergar a família e tentar caminhar com ela, realizando atividades e eventos que promovam a integração entre toda comunidade escolar: alunos, pais, professores e direção. Também a comunidadedeve ser chamada a responder e a auxiliar nessa empreitada.
Sabe-se que hoje os jovens e as crianças respeitam cada vez menos seus pais e seus professores, tornando a disciplina uma questão séria que a escola deva resolver. Contudo, não há como proceder, sem o auxílio da família, sem interação e troca de comunicação entre essas duas instituições sociais. Pais e professores são de opinião que o problema maior está nas determinações dos limites para os alunos e filhos. Contudo, não trocam opiniões, não discutem o problema, não buscam soluções consensuais. Há exceções, é claro. Porém, será que o estabelecimento de regras, de limites, resolverá o problema? Claro que não. Só surtirão efeitos, se forem estabelecidos com determinados objetivos e discutidos, inclusive, com os alunos e os filhos. Tarefa difícil, sem dúvida, mas um caminho a ser percorrido. Escola, pais, alunos e sociedade têm responsabilidades
compartilhadas, pelo menos, em tese.
Ana Shirley França
O Globo, 10/02/2011 - Rio de Janeiro RJ
Tais fenômenos interferem, sobremaneira, na sociedade, criando uma família diferente da tradicional: pai, mãe e filhos, numa relação cotidiana constante.
Atualmente, é cada vez maior o número de filhos que são fruto de relações informais, de pais separados, de "produções independentes", etc; contudo, não se pode dizer que a nova situação familiar seja uma anormalidade. Houve mudanças no paradigma social familiar que, obrigatoriamente, a escola precisa entender e se adequar, de forma a poder cumprir sua missão.
Ficar no saudosismo não resolve, é preciso buscar novas estratégias para chamar a família à sua responsabilidade. Trazer pais e mães, independente de viverem juntos ou não, e convocá-los a assumirem seus papéis sociais diante dos filhos e da sociedade, algo que a instituição escolar necessita e deve fazer. Por outro lado, a escola também precisa se adequar, mudar sua forma antiquada de enxergar a família e tentar caminhar com ela, realizando atividades e eventos que promovam a integração entre toda comunidade escolar: alunos, pais, professores e direção. Também a comunidadedeve ser chamada a responder e a auxiliar nessa empreitada.
Sabe-se que hoje os jovens e as crianças respeitam cada vez menos seus pais e seus professores, tornando a disciplina uma questão séria que a escola deva resolver. Contudo, não há como proceder, sem o auxílio da família, sem interação e troca de comunicação entre essas duas instituições sociais. Pais e professores são de opinião que o problema maior está nas determinações dos limites para os alunos e filhos. Contudo, não trocam opiniões, não discutem o problema, não buscam soluções consensuais. Há exceções, é claro. Porém, será que o estabelecimento de regras, de limites, resolverá o problema? Claro que não. Só surtirão efeitos, se forem estabelecidos com determinados objetivos e discutidos, inclusive, com os alunos e os filhos. Tarefa difícil, sem dúvida, mas um caminho a ser percorrido. Escola, pais, alunos e sociedade têm responsabilidades
compartilhadas, pelo menos, em tese.
Ana Shirley França
O Globo, 10/02/2011 - Rio de Janeiro RJ
sábado, 5 de fevereiro de 2011
AUGUSTO CURY
“Todos querem educar jovens dóceis, mas são os que nos frustram que testam nossa qualidade de educadores.”
domingo, 30 de janeiro de 2011
ENCONTRO DA ANEC

Ao iniciarmos 2011, são diversas as preocupações de educadores e educadoras de nossa escola. Novos planos, novos projetos, novo visual, novos desafios etc. Que bom podermos iniciar o ano refletindo também sobre o “Homem Novo” onde somos instigados a buscar a nossa reforma íntima, nos desfazendo de todo tipo de mazela que nos torna seres mesquinhos, orgulhosos, rancorosos e, consequentemente, infelizes. Agradecemos a ANEC e as instituições católicas por promoverem um encontro tão importante em nossas vidas e em um momento tão oportuno para refletirmos sobre o nosso papel de educador(a) cristão/cristã. Neste ano que se inicia, espero que possamos preocupar-nos não só em fortificar o corpo e as finanças mas, principalmente, em fortificar o espírito. O Dr. Augusto Cury ao iniciar a sua palestra, definiu a ANEC como a “poesia do diálogo social”. Que possamos levar a vida com poesia e que momentos como este propiciado pelas escolas católicas possam contribuir significativamente para as transformações necessárias em nossa sociedade por meio do processo dialógico entre família e escola. Que os valores cristãos possam ser ensinados e exemplificados em nossa práxis pedagógica e que possamos lembrar-nos sempre de agradecer a Deus pela oportunidade de aprendermos a conviver em comunhão com o nosso próximo.
Que Deus abençoe a todos os educadores e educadoras para que ao término deste ano, tenhamos êxito em nossa jornada.
Fraternalmente,
AURÉLIO MELO FERREIRA
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
MARA-VILHA DE FÉRIAS
Férias maravilha
Curtindo o Maranhão e a Ilha
Minha Ilha do Amor
Do reggae, do bumba-meu-boi e do tambor
Das praias e do mar imenso, que não se compara
Do sabor do guaraná Jesus e da Juçara
Das palmeiras onde canta o sabiá
Do peixe frito com arroz de cuxá
Do babaçu
Do buriti e do cupú
Tantas delícias que encontro lá
Patrimônio da Humanidade
Mas o que me fascina de verdade
É o amor e o carinho da família que nos recebe
E é aí que se percebe
A força de nossas raízes e tradições
Recheadas de emoções
Que não encontro em outro lugar
Obrigado São Luís do “MARÁ”.
É isso aí pessoal, estamos de volta após o merecido direito ao ócio.
Muitas fotos para compartilhar, contas à pagar e muita história pra contar.
Minha família está feliz, bronzeada e com muita disposição para mais um ano de trabalho. Já estava com saudade das músicas sertanejas e do friozinho gostoso de Brasília-DF. Espero que esse ano de 2011 seja bastante produtivo para todos nós e que possamos superar os desafios com fé em Deus.
Um grande abraço.
Aurélio
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